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Santos Reis

Grito ou sussurro

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

 
Encontrei este texto na internet há alguns anos, atribuído ao famoso “Desconhecido”, conhecido também como “Anônimo”. Achei-o muito interessante e transcrevo-o para que compartilhem:


CORAÇÕES DISTANTES

Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos:
— Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?
— Gritamos porque perdemos a calma — disse um deles.
— Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?
Questionou novamente o pensador.
— Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça, retrucou outro discípulo.
E o mestre volta a perguntar:
— Então não é possível falar-lhe em voz baixa?
Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador. Então ele esclareceu:
— Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido? O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância. Por outro lado,! o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas? Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê? Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram. E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta. Seus corações se entendem. É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.
Por fim, o pensador conclui, dizendo:
— Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta. Pense nisso! Quando você for discutir com alguém, lembre-se que o coração não deve tomar parte nisso. Se a pessoa com quem discutimos não concorda com nossas idéias, não é motivo para gostar menos dela ou nos distanciar, ainda que por instantes. Quando pretendemos encontrar soluções para as desavenças, vamos falar num tom de voz que nos permita uma aproximação cada vez maior.

**********


Perco-me às vezes ao falar da relação entre as pessoas. Não sei o motivo de abordar esse tema agora nesse post, mas foi o que me veio. Como pai, professor e todas as outras facetas de minha personalidade, tento evitar o grito que afasta e sussurrar a palavra que une. É impossível ser assim em todos os momentos. Mas tomo isso como meta. Partilho isso com os leitores. Deixo abaixo, para completar, uma paráfrase de um poema meu, cujo original vocês podem conferir no Poetopias.



“Sussurra-me”

Quando olhares para trás e vires
em meus olhos o quanto sou sozinho,
não grites como se não te ouvisses —
sussurra-me com o máximo de carinho...

Quando sentires que, embora ao teu lado,
meus olhares estejam longe, à procura,
não grites como se eu estivesse longe —
sussurra-me antes de chegares à loucura...

Quando beijares minha face molhada,
sem que consigas chamar minha atenção —
sussurra-me para despertar-me da solidão.

Quando enfim não quiseres mais nada,
apenas ficar aqui bem junto de mim —
sussurrar-te-ei que te amo até o fim...
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8 comentários :

Meira disse... Responder comentário

Post tipicamente poeteiro...

Faz sentido...

27 de janeiro de 2010 às 09:31
Professor Rogério Souza disse... Responder comentário

Meu caro, conhecia esse texto. Interessante é perceber que, pelo menos no contexto da sala de aula, gritar é tomado como falta de domínio da classe por parte do professor. Vejo pedagogos e outros falando assim, mas são os mesmos que gritam com seus filhos quando estes não querem comer direito. É um assunto que certamente verei nas reuniões pedagógicas de começo de ano. Mais uma vez ouvirei exemplos do tipo: "Ano passado, a mãe de uma aluno veio na escola dizendo que o professor grita muito na sala de aula. Devemos educar pelo exemplo"... blá blá blá...

27 de janeiro de 2010 às 09:44
Josy disse... Responder comentário

Querido, hoje o seu post foi muito lindo.Parabéns.Suave na medida certa. E o seu poema digno de leituras várias.Tento não me distanciar dos corações que me rodeiam, mas nem sempre isso é tão fácil. A arte de conviver na verdade é o saber sobreviver ao próximo. Obrigada!

27 de janeiro de 2010 às 11:00
The EDN disse... Responder comentário

Agradeço aos comentários, de coração.
Meira, não digo que sou poeta, mas sou facilmente seduzido pelos versos. E a poesia faz sentido em minha vida. Melhor: a poesia É o sentido de minha vida, que me sustentou e me sustenta em momentos vários.
Bauru, seu comentário traz uma marca de identidade muito forte comigo, pois também sou professor e pai. Certamente ouvirei algo assim nas reuniões de início de ano letivo. Certamente continuarei no meu exercício de mudar minha postura como pai e evitar o grito ao educar os meus filhos, como tentarei com meus alunos.
Jô Angel, realmente não é fácil evitar esse distanciamento. Quanto ao poema, lembro Fernando Pessoa (Autopsicografia) para dizer que são os leitores que o tornam belo: "(...) E os que leem o que ele escreve / na dor lida sentem bem / não as duas que ele teve / mas só as que eles não têm (...)"

27 de janeiro de 2010 às 15:59
Kinha disse... Responder comentário

Jose Márcio,
Lindo post! Como disse a Jô, suave e, eu acrescento, romântico.
Para o "Sussura-me",uma palavra: Uau! :o)
Última estrofe - diz tanto em tão pouco espaço.
Sem mais comentários ;)

28 de janeiro de 2010 às 23:49
The EDN disse... Responder comentário

Prezada Kinha, obrigado pelo comentário. O post não é do José Marcio (que certamente o faria muito melhor). Mas fico lisonjeado pelo comentário...

29 de janeiro de 2010 às 16:17
José Márcio disse... Responder comentário

Jô Angel e Kinha,fiquei feliz com os comentários, mas como o próprio The EDN já disse, é ele o autor dessa obra prima, infelizmente não tenho tino para poesias.

29 de janeiro de 2010 às 16:54
Kinha disse... Responder comentário

Upssssss!!
Fiquei rosa tomate agora :P

Sorry The EDN!!
Somente agora vi sua resposta, então, minhas sinceras desculpas.
O José já disse que não o faria...rssssss... será modéstia? :o) :P
Então, reafirmo o que disse anteriormente: ;)

Caro The EDN,
Lindo post! Como disse a Jô, suave e, eu acrescento, romântico.
Para o "Sussura-me",uma palavra: Uau! :o)
Última estrofe - diz tanto em tão pouco espaço.
Sem mais comentários ;)

12 de fevereiro de 2010 às 20:58

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