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Santos Reis

A Corrida Maluca

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

 

dick_mutlley_invicioneiros

 

É assustador como o trânsito consegue transformar qualquer cidadão de bem em um serial killer. A pé, um gentleman; no volante, um pitbull que não apenas morde - buzina.

 

Aliás, os motoristas deveriam utilizar as buzinas de forma mais inteligente. Apenas em situações de perigo real e imediato. Qualquer bobagem é motivo para se apertar  o raio da buzina. Um tosco espetáculo de exibicionismo e de falta de educação.

 

Não existe coisa pior do que, no aconchego de meu reino lar, ter de ouvir/aturar buzinas cretinas na rua, abafando o som da TV.

 

Sons de buzina são dantescas: criam uma situação de alerta, de estresse. Deixam todos os moradores de uma rua em tensão pré-guerra. Parece uma blitzkrieg em ação. Acordam bebês que não dormiram à noite, operários que trabalharam à noite e bêbados que beberam à noite inteira. Mas fazer o quê, se existem pessoas que arrotam alto e acham isso bonito...

 

Moro na periferia de uma cidade que não tem mais que 10.000 maníacos habitantes (diga-se de passagem, a melhor cidade da América Latina: uma mistura do Canaan com o Eldorado). O trânsito aqui não chega nem no cheiro do de BH, que dirá do de São Paulo. Mas ainda assim apresenta, ressalvadas as devidas proporções, os mesmos vícios de um trânsito quase desumano: motoristas rabugentos, motoqueiros psicóticos, ciclistas exibicionistas e pedestres que têm perversão por andar no meio da rua.

 

Em meio a essa guerra civil, às vezes parece que o boyzinho ou tiozão, para se sentirem mais viris, têm de fazer cara de mau e acelerar furiosamente. Uma vã afirmação, que apenas Freud e uma boa multa explicam.

 

acidente-maluco

 

Certa vez em Brasília, fui testemunha da cordialidade dos motoristas da capital federal: se você pisa na faixa, o carro para. É automático! Já até me perguntei o porquê daqueles lordes candangos não serem tão ansiosos e apressados quanto eu. Concluí que depois da fé, a educação também consegue operar milagres: neutraliza as neuroses urbanas.

 

Em contrapartida, logo quando eu tirei a minha CNH, tive de dirigir em Guarulhos. Naquela megalópole, convivi com motoboys usando buzinas como se fossem metralhadoras e motoristas intolerantes que não guardam distância. Sobrevivi.

 

Se você anda a pé no passeio e esbarra em alguém, ambos são cordiais em pedir desculpas. No trânsito não: todo mundo xinga, dá porrada e, invariavelmente, ninguém tem razão.

 

A triste constatação é que parece que estamos sempre numa corrida para chegar a lugar algum.

 

A nossa corrida maluca de cada dia.

 

 

 

[GIF de abertura by Harley Coqueiro, sobre desenho da Hanna-Barbera]

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3 comentários :

The EDN disse... Responder comentário

É triste, caro amigo, mas é verdade!... Mesmo nas nossas pequenas cidades onde vivemos e trabalhamos, enfrentamos essa corrida maluca. Ressalte-se ainda a questão do pedestre mal-educado, que só faz piorar a situação. Enfim, o que falta para que o trânsito melhore é o que falta para que a vida em sociedade melhore: respeito e civilidade.

15 de fevereiro de 2010 às 07:25
Anônimo disse... Responder comentário

Adorei o post! Voei um pouco mais e fiquei pensando num tempo bom aqui na minha cidade, quando podíamos jogar bola de meia, peteca, brincar de roda na rua.
Hj não dá para estar nem na calçada.
Imagino que nas cidades menores os motoristas briguem menos. Imagine: todo mundo conhece todo mundo, vc vira para xingar alguém e é seu primo ou seu vizinho.
Mas falando sério concordo que falta fé e educação, exatamente nessa ordem para mudarmos nossos comportamentos.
Abraços,
Cida

15 de fevereiro de 2010 às 12:20
Harley Coqueiro disse... Responder comentário

EDN,

É uma triste constatação da "psicopatia do trânsito", perceptível até mesmo em cidades tranquilas, como a nossa gloriosa Caetanópolis.

Cidda,

É isso mesmo: a pé as pessoas parecem ser mais educadas...

16 de fevereiro de 2010 às 13:34

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