Hoje me demorei um pouco a publicar o post porque, ainda que esteja de férias totais, muitos compromissos caseiros, como ajeitar um galinheiro, fazer o sortimento mensal das despesas, entre outros, ocuparam-me o tempo até neste momento, 16h29min, em que começo a redigir esse post.
Mas algo tomou-me mais tempo hoje. Prometi à minha família cozinhar nestas férias e, até hoje, não tinha feito mais que o café da manhã. Comprei um filé de frango e vou prepará-lo, com todo o carinho.
Mas esse post não é para contar-lhes a receita especial que prepararei hoje. É para falar de algo além disso: da convivência familiar. Tenho comigo valores que, ao longo de minha vida, constituíram o que acredito ser essencial à qualquer família. E um deles é a dedicação. Dedico-me a meus familiares da melhor maneira que posso. Não posso prever o futuro, mas quero que meus filhos já rapazes tenham um bom modelo de pai, de profissional e, sobretudo, de homem para seguir. E que esse modelo seja eu e não outra pessoa.
Não quero ser o melhor pai do mundo. Quero apenas ser o pai que ama incondicionalmente seus filhos, que briga por eles e com eles quando necessário. Também não quero ser o melhor profissional do mundo. Quero apenas cumprir o meu papel com a máxima dedicação e competência que puder. Nessa mesma linha, não quero ser o melhor homem do mundo, apenas que, como homem, possa ser respeitado por aqueles que me cercam.
Quanto a minha esposa, quero ser para ela o companheiro, amigo e namorado. Não preciso detalhar o que isso significa para ela, pois é exatamente o que ela significa para mim.
Prepararei hoje um prato especial. Compartilho com os leitores desse blog um pouco da minha vida toda semana. Mas não compartilharei essa receita. Cada um deve ter a sua.
“Receita”
peço a esta manhã de julho
(tão bela!)
que não passe, fique perpétua
trazendo o cheiro suave da folha dos eucaliptos
que circundam meu bairro
a brisa suave de um tempo magnífico
que um dia desaparecerá
fecho os olhos e acredito
que não haverá outro momento para essa receita
preparo-a com o tempero especial do carinho
que marcará meu paladar sem poesia
antes que o lirismo me invada
não haverá outro momento para essa receita
nem haverá nenhuma poesia que seja perfeita
mas nas entrelinhas dessas palavras está escondida
sentimentos verdadeiros que marcam minha vida
Sobre o Autor:
| The EDN - sou industriário, trabalho há 27 anos na Cedro (indústria têxtil centenária de Caetanópolis, MG) e atuo como professor há 24 anos em escolas particulares e públicas |
6 comentários :
Belo post, mas com um porém: Você cometeu um erro no final do poema, pois onde se lê "mas nas entrelinhas dessas palavras está escondida / sentimentos verdadeiros que marcam minha vida" a concordância do predicado "está escondida" apresenta erro, pois se refere a "sentimentos verdadeiros".
21 de julho de 2010 às 17:43Mas valeu, parceiro!...
Primoroso!
21 de julho de 2010 às 19:55Simples + genial.
Eu precisava parar para ler um "post" como este!!!
The EDN,
23 de julho de 2010 às 09:52"nem haverá nenhuma poesia que seja perfeita
mas nas entrelinhas dessas palavras está escondida"
Será que o anônimo acima está correto?
Eu entendi que é a poesia que está escondida nas entrelinhas, portanto, a concordância está perfeita.
Abraços,
Cida.
Anônimo, valeu pela leitura e pelo comentário, mas nos versos citados, o que "está escondida" é a poesia e não os "sentimentos verdadeiros" que representam apenas o termo mais importante de um verso síntese.
23 de julho de 2010 às 09:59Coqueiro, o que compartilhei aqui tenho certeza de que é o que você, como profissional, marido e pai também o faz.
Júnior Gonçalves, obrigado pela visita ao blog e pelo comentário. É bom saborear essa receita. Visitei seus blogs e achei-os muito bacanas.
Como eu disse para o José lá no twitter, a língua nos trai às vezes. No caso da análise da linguagem é necessário ter uma visão ampla do texto. O tipo de erro cometido pelo "anônimo" é mais comum do que se pensa. Já vi jornais de grande circulação fazendo isso.
23 de julho de 2010 às 10:36Quanto ao texto... confesso que me alimentei dele, mas seria bem melhor se viesse com cheiro e gosto...rs.
Cara Professora Cida, sua percepção foi exata. A vida acabou enganando o prezado leitor anônimo.
23 de julho de 2010 às 14:50Caríssimo Bauru, sempre é bom ler seus comentários no blog e o nosso chefe Zé Márcio estava certo quanto às traições da língua. O entendimento de um texto muitas vezes requer a visão atenta do leitor, especialmente onde predomina a subjetividade. Nos jornais, entretanto, onde a função referencial da linguagem normalmente predomina, a possibilidade da anfibologia ou ambiguidade deve sempre ser evitada.
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