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Santos Reis

O prazer em ser do contra

quinta-feira, 29 de março de 2012

 

Ser do contra é a forma mais popular e expressiva para se referir a alguém que não segue modas, opiniões, gostos comuns, padrões, entre outros fatores. Isto não é visto de uma maneira esclarecida por todos, o que leva a achar que a tal pessoa faz questão de não gostar do que todo mundo acha que se deve gostar. [Marco Caetano]

 

eu-sou-do-contra

 

Em diversas discussões que acompanhamos pela web é muito comum vermos pessoas irem contra o senso comum. É fato que o senso comum muitas vezes não é uma verdade absoluta, daí se extrai que ninguém é obrigado a aceitar como verdade aquilo que muitos julgam ser consenso, opiniões muitas vezes são divergentes, e isso é ate certo ponto natural, desde que a pessoa de fato acredite naquilo que defende.

 

Recentemente em um bate papo no Google+ um amiga disse que existem pessoas que não gostam de jiló, mas se vê alguém falar mal do fruto, é capaz de dizer que gosta só pra se posicionar contra.

 

E o que faz uma pessoa querer ir contra a maioria?

 

Pois bem, penso que alguns gostam de se posicionarem contra a maioria como forma de chamar a atenção para si. Se existe uma discussão onde haja consenso, muitas das opiniões favoráveis serão ignoradas, visto que praticamente coadunam para a mesma linha de pensamento. Enquanto as opiniões contrárias serão mais atrativas por apresentar razões contrárias ao senso comum.

 

Por mais violento que seja o argumento contrário, por mais bem formulado, eu tenho sempre uma resposta que fecha a boca de qualquer um: “Vocês têm toda a razão”. [Millôr Fernandes]

 

Quem convive em redes sociais  já deve ter presenciado a entrada de pessoas em discussões pelo puro prazer  de ser do contra. Penso que não há nada de errado com uma  pessoa que não aceita os parâmetros estabelecidos, que questiona, que argumenta e que defende seu ponto de vista. O que acho estranho são pessoas que têm prazer em serem contraditórias, se posicionam contra algo, mesmo não sendo, só para alavancar uma discussão.

 

Vagando pela internet, encontrei uma definição bacana sobre o ser do contra: "Ninguém gosta de soja, jiló, segunda-feira e você adora. Todo mundo se acaba em show de música e você cochila. ToDo MUndU EsCrEvE Axim e ErRaDu, porque eH mudernU, bunitinhU e você insiste em escrever o seu idioma corretamente."

 

Percebi que em alguns casos eu também sou do contra, mais especificamente sobre a citação acima no que se refere ao modo de escrever, que me recuso a modernizar, passando muitas vezes por retrógrado por não admitir essa variante.

 

Ocorre que penso que existe uma linha muito tênue entre ser do contra e ser teimoso. Ser do contra, do meu ponto de vista, é ser determinado, são pessoas que são firmes em seus propósitos sem esmorecer ou sem se deixar levar pelo senso comum que ele não acredita, mas aceita por preguiça de contra-argumentar. Já os teimosos, são como mulas empacadas, pirracentos que não desistem, mesmo que as evidências dos fatos provem que estão completamente equivocados e que estão no caminho errado.

 

É preciso ter consciência de que ser do contra tem lá seus limites, pois há certos casos que se posicionar contra as evidências lógicas, não te faz ser do contra e sim teimoso, segundo Marquês de Maricá:  "Muitas pessoas se prezam de firmes e constantes que não são mais que teimosas e impertinentes." 

 

Quem assume o papel de ser sempre do contra muitas vezes vive angustiado e amargurado, não consegue ser feliz, pois pra ser  fazer notar precisa ser teimoso.

 

Ninguém é obrigado a seguir estereótipos, aliás, eu sou um dos que mais luta contra essas padronizações baseadas em achismos. Mas a teimosia me cansa, não tenho paciência com pessoas que não aceitam o óbvio ululante só pra se fazer notar.

 

Algumas pessoas adoram se posicionarem contra determinados assuntos somente para poderem aporrinhar os outros. Na verdade não possuem um propósito, querem apenas causar irritação, pra ver se as outras pessoas perdem a paciência com elas. Esses do contra na verdade são uns chatos enrustidos que não conseguem se sobressair e vivem de espezinhar as pessoas em busca de notoriedade, nem que seja negativa.

 

Se você tem um propósito siga firme nesse propósito, mas se todas as evidências demonstrarem que você está equivocado, mude. Pois, “Não há mal nenhum em mudar de opinião. Contanto que seja para melhor.” [Winston Churchill]

 

Sobre o Autor:
José Márcio

José Márcio - Editor Chefe dos Invicioneiros, leitor voraz e aprendiz de escritor.Tem opinião e assume os riscos Saudosista dos anos 80. E palpiteiro inveterado. Me Siga no Twitter [@jmpsousa].

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5 comentários :

Camila Leite disse... Responder comentário

Eu sou do contra e não me orgulho disso. rs
Na maioria das vezes tenho uma opinião muito radical sobre coisas que as pessoas "deixam levar".
Sou teimosa também, claro se eu estiver certa.
Acho mais feio não admitir que errou do que mudar de opinião.
Ótimo post.
Beijão!
Camila Leite

@sonhospontinhos
http://sonhosentrepontinhos.com

29 de março de 2012 às 11:10
José Márcio disse... Responder comentário

#Camila Leite, às vezes a teimosia não é ruim, conforme o caso é até aceitável. Obrigado pelo comentário!

3 de abril de 2012 às 12:32
The EDN disse... Responder comentário

Já fui do contra... Sou mais conciliador atualmente. Mas creio que estou precisando um pouquinho desse sujeito ranzinza do passado. às vezes ele me faz solta.

19 de abril de 2012 às 20:40
matoso disse... Responder comentário

sou do contra por prazer mesmo, haha
é bom, acho que por mais que eu estiver errado, acho que ser do contra é algo importante para sociedade, ou pode atrapalhar como pode ajudar os outros a ter uma nova visão. Da parte de ganhar atenção social é muito verdade, é uma das formas que eu encontrei de ser visto na sociedade, bem ou mal não importa, mas se encontro alguém que concorda comigo já encho me coração de felicidade!
muito bom o poste!
Everson

14 de janeiro de 2013 às 00:14
Anônimo disse... Responder comentário

Adorei seu texto, e concordo plenamente com você, pois acho que todo aquele que vive contra tudo e contra todos, é alguém que não se aceita. E por isso precisa de autoafirmação.

27 de outubro de 2014 às 15:18

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