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Santos Reis

A Internet que encanta é a mesma que escraviza

quinta-feira, 14 de junho de 2012

 

Dia desses estava pensando como a internet mudou a nossa rotina. Tive tempo pra pensar a respeito disso justamente porque estava sem internet. Um dos grandes males que afligem a geração atual é a síndrome de abstinência de internet. O indivíduo atual não consegue mais pensar a vida sem incluir a internet como elemento essencial à sobrevivência. Atualmente quase todos os serviços podem ser feitos via internet: pagamos contas, marcamos consultas, viajamos, fazemos amizades e também inimizades, pesquisamos, lemos, jogamos, discutimos, enfim, fazemos várias coisas em poucos cliques, coisas que em outras épocas levaríamos dias para fazer.

 

viciado

 

 

É inegável que a internet proporcionou uma comodidade inimaginável pra nossos antepassados. Existem até pessoas que conseguem virar heróis e também bandidos travestidos de mocinhos. Na internet criam-se mitos, anônimos viram artistas em questão de segundos. A informação viaja na velocidade de um clique de mouse, e, nós, nem sequer estamos dando conta de que essa facilidade extrema está nos deixando cada vez mais comodistas, individualistas e dependentes.

 

Qualquer dúvida, sobre  qualquer assunto não é páreo para o Dr. Google, que esclarece tudo em questão de minutos. Lembro da época que as pesquisas escolares eram feitas nos famosa enciclopédia Barsa. Naturalmente que só as famílias mais abastadas economicamente tinham o privilégio de possuir a coleção de livros Barsa. Famílias com menos posse, só recorrendo à biblioteca pública para conseguir algo.  Exageros à parte, acho até que uma coleção de livros Barsa hoje, custaria o valor de um carro popular.

 

Já imaginaram os estudantes de hoje tendo que recorrer aos livros para fazer pesquisas? Acho que nem sabem mais como manipular um…

 

Vivemos numa prisão virtual denominada internet, estamos cada vez mais dependentes dela. Invariavelmente e até mesmo inconscientemente, estamos usando a internet para os mais diversos serviços. Agora a pouco uma amiga me pediu pra imprimir uns convites para a festa junina da sua escola, achei muito legal a arte do convite e perguntei pra ela quem tinha feito, ela respondeu: “achei no Google!”

 

Até mesmo os charmosos cartões comemorativos, antes vendidos nas papelarias, perderam espaço para as mensagens prontas obtidas na internet. Na verdade, o que seria de nós sem internet?

 

Segundo o dicionário Houaiss, escravo é: “que ou quem está submetido à vontade de outrem, a alguma espécie de poder ou a uma força incontrolável”. Estamos de fato escravizados pelo poder vanguardista da internet. Um dia sem internet é capaz de causar estragos inimagináveis na vida das pessoas.

 

A Internet é uma gigantesca mão de roda. Ela veio para encurtar as distâncias, democratizar o acesso à informação e uma penca de coisas boas, que estamos sempre destacando. Mas, para algumas pessoas, a rede assumiu um papel polêmico. Passou a ser o princípio e o fim do dia-a-dia de gente que não consegue imaginar a vida longe de um monitor e de um modem. (Roberto Cassano)

 

Existem de fato pessoas viciadas em internet, segundo matéria do site da folha, “o vício em internet, assim como muitos outros vícios chamados de dependências comportamentais, podem causar danos físicos e emocionais ao portador do problema.”

 

A tendência é que o vício em internet seja apenas uma ponta do iceberg. E, com o tempo, mais problemas gerados pela tecnologia comecem a aparecer. "Quanto mais presente a tecnologia em nossa vida, mais problemas haverá na relação entre homem e máquina. O vício em internet é só uma das vertentes. O tempo trará mais", diz Erick Itakura, psicólogo da clínica da PUC. (folha.com)

 

É óbvio que não estou aqui condenando o uso da internet, até  mesmo porque considero um caminho sem volta. Estou pretendendo apenas que as pessoas reflitam sobre o excesso de tempo que está sendo perdido nesse espaço, tempo esse que poderia ser melhor distribuído para outras rotinas igualmente prazerosas e necessárias, como por exemplo: ler um bom e velho livro de papel, conversar com os amigos reais, sair para passear, dançar, namorar, etc.

 

O mundo de muitos se resume á tela de um computador, ali depositam toda a esperança e vontades. Atrás de um computador não é possível que ninguém veja nossas fraquezas, nossas neuras, nossos temores. Podemos criar um personagem fictício que se torne atraente para outras pessoas, seremos amados, queridos, desejados. Com um pouquinho de criatividade, podemos ser o que quisermos e as pessoas irão acreditar se tivermos um bom argumento. É muito fácil se tornar alguém que não somos pra pessoas que pessoalmente não nos conhecem, porém, quando a realidade bate a nossa porta, somos impiedosamente desmascarados.

 

Os jovens são, de longe, os mais propensos a extrapolar o uso da internet. Há uma razão estatística para isso — eles respondem por até 90% dos que navegam na rede, a maior fatia —, mas pesa também uma explicação de fundo mais psicológico, à qual uma recente pesquisa da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, lança luz. Algo como 10% dos entrevistados (viciados ou não) chegam a atribuir à internet uma maneira de “aliviar os sentimentos negativos”, tão típicos de uma etapa em que afloram tantas angústias e conflitos. Na rede, os adolescentes sentem-se ainda mais à vontade para expor suas ideias. Diz o psiquiatra Rafael Karam: “Num momento em que a própria personalidade está por se definir, a internet proporciona um ambiente favorável para que eles se expressem livremente”. No perfil daquela minoria que, mais tarde, resvala no vício se vê, em geral, uma combinação de baixa autoestima com intolerância à frustração. Cerca de 50% deles, inclusive, sofrem de depressão, fobia social ou algum transtorno de ansiedade. (Veja)

 

O mundo real é cruel com os fracos, com os pobres de espírito, com os medrosos. O mundo real exige de nós uma postura firme, decidida. Muitos não conseguem, por vários motivos, serem eles mesmos no mundo virtual, preferem florear um perfil. No final não se sabe quem está sendo enganado, as vítimas ou o próprio autor. Na vida real  é preciso decidir a todo momento, ou tomamos o leme da nossa vida ou viveremos eternamente mascarados por um falso personagem virtual.

 

Como vimos, muitos buscam na internet um refúgio para as frustações do dia a dia. Muitos, através das redes sociais, conseguem manter uma personalidade até então inimaginável na vida real. Pessoas são capazes de usar até fotos alheias e vivem de tal forma essa falsidade que fazem muitas pessoas acreditarem serem de fato reais e quando são desmascaradas o mundo delas desaba.

 

De minha parte eu prefiro manter um perfil condizente com o que eu de fato sou na vida real. Desta forma não é preciso fazer muito esforço para emitir minhas opiniões e manter a personalidade. Penso que de nada adianta tentar transparecer uma vida de sucesso no mundo virtual se a pessoal  vai de mal a pior.

 

Se você não consegue mais desvencilhar dos encantos da internet e sofre com a abstinência quando está OFF line, é hora de buscar ajuda de um especialista. O vício em internet é algo real e penso que será um dos males mais perniciosos da vida moderna.

 

Mais sobre o assunto:

+ Tratamentos para vício em internet

+ Confira os sintomas apresentados por viciados em internet

+ Viciados em Internet

+ Quando a rede vira um vício

 

Sobre o Autor:
José Márcio

José Márcio - Editor Chefe dos Invicioneiros, leitor voraz e aprendiz de escritor.Tem opinião e assume os riscos Saudosista dos anos 80. E palpiteiro inveterado. Me Circule no Google+.

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7 comentários :

Harley Coqueiro disse... Responder comentário

O autor do "post" foi feliz em sua definição contextual: "prisão virtual".

E é isso mesmo: como toda droga, usada em excesso ou altas dosagens, encarcera e depois mata.

14 de junho de 2012 às 12:36
Rafael disse... Responder comentário

Olá José!

Realmente mesmo que uma pessoa diz que não é dependente da internet,está enganada,pois tudo obriga,até quem não gosta,ter que usa-la.

Enviar currículo,ter Email e mais as outras coisas que você citou são as principais "culpados".

Olha eu não quero ser diferente,mas comigo a internet veio mudar para melhor,pois desde que me conecto diariamente,sempre filtro o que é bom,sem contar que me fez investir no meu lado "profissional".

Neste artigo http://siteseblogs.com/2012/06/vantagens-blogar/ tem bons argumentos que também concordo,já que blogar trás excelentes benefícios para o blogueiro,eu sou um dos que se beneficiaram.

Abraço!

14 de junho de 2012 às 20:43
Aparecido José (Crazyseawolf) disse... Responder comentário

Eu não consigo mais viver sem a Internet, em amplos os sentidos. Para mim ela é uma fuga dos problemas reais da vida.

16 de junho de 2012 às 08:35
Lady Sybylla disse... Responder comentário

Eu consigo ficar sem internet na boa. Não fico na fissura de ter que entrar de qualquer jeito ou eu piro. Eu utilizo muitos serviços, pago todas as minhas contas via internet, faço compras, jogo, mas não abro mão da vida off line. Não abro mão desse contato, ver as pessoas, ir à aula, ir numa livraria.

Acho que o problema é que muita gente não sabe dosar. Elas temem perder esse vínculo virtual, mas que vai estar ali toda vez que ela ligar o computador. É preciso parar para refletir sobre isso, pois de fato tem gente que não sabe largar o osso nos momentos necessários. O deserto do real é massacrante às vezes? Claro que é. Mas é a nossa grandeza de caráter e nossa força que o torna suportável, não fugir dele.

Abraço!

16 de junho de 2012 às 17:39
dferreira disse... Responder comentário

Boa tarde,

reconheço também esse problema da dependência de internet. Eu mesmo tenho que parar um pouco de acessar a net diariamente. Quero ver eu passar um dia sem net. Acho que a rede, a web acaba sendo analgésico para quem não quer enfrentar a realidade. Depositam suas esperanças e vontades na tela do computador. Muitos amigos no Face, mas e na vida real? Como é a interação?

Como você citou, existem outras atividades a serem feitas longe do PC, como ler um bom livro. E eu vou agora dedicar um tempo para ler algo numa livraria. Tim tim por tim tim, quem sabe não leio o livro todo sem comprar.. taí um bom negocio.

20 de junho de 2012 às 13:19
Os Invicioneiros disse... Responder comentário

#Harley Coqueiro, já vi muita gente doente com isso.

#Rafael, exato, é preciso saber dosar e usar a internet a seu favor.

#Aparecido Rosário, você já deu o primeiro passo, reconhecer isso.

#Sybylla, pois é, a questão é encontrar o meio termo, pra que o mundo virtual não domine o real.

#C.J, você faz muito bem em tentar outras alternativas como fonte de diversão, no fim você verá que a internet nem é tão imprescindível assim.

26 de junho de 2012 às 09:32
Julio Furlaneto disse... Responder comentário

Na verdade ela já foi descrita por um especialista. Por ti. Você tem uma visão muito boa, e sempre colocações que contribuem de alguma forma à formação de uma ideia construtiva, significativa. Pelo menos na minha opinião, são "pequenas" aulas de diversos temas da vida.

De uma forma resumida, creio que podemos ver a atitude de uma grande maioria de grupos e pessoas de sabotagem, de atalho, de negligência. Isso fica claro nos assuntos sócio-políticos que conversamos sobre. Acho que a amplia as possibilidades para isso. O mundo girando em torno apenas do "próprio" umbigo. O ser humano se enxergando como algo em paralelo à sociedade, e não dentro dela.

A internet é uma ferramente que facilita a vida por completo, mas deve ser estimulada e usada com sabedoria. Nos proporciona possibilidades muito além daquelas que se fazem possível apenas pelo contato pessoal.

Acho a ferramenta incrível, mas a cultura da maioria dos usuários não.

Imagine, por exemeplo, eu querendo escrever sobre um assunto da psicologia. São infinitos sites com artigos, livros baratos on-line, forums e redes sociais com debates de profissionais qualificados. Porém, existe o google. Tenho o livre arbítrio para formular o caminho da minha pesquisa.. Cada um escolhe a forma e a qualidade da informação que pretende buscar.

Tenho 27 anos, mas nos primeiros anos do ensino fundamental usei bastante a Barsa. Durante a faculdade, frequentava a biblioteca diariamente para pesquisar os assuntos questionados pelos professores. Hoje, é possível ampliar essa pesquisa com bibliografias do mundo inteiro gastando menos tempo, isso é incrível. Sem contar a troca de experiências com outros profissionais da área.

Acho que poderia haver algum foco, até mesmo dentro da própria escola, desde os primeiros anos de vida educacional da criança, à começar a aprender a usar a internet com prudência e sabedoria, para assim absorver tudo de melhor que ela pode proporcionar. Se não, continuaremos assistindo o outro lado da rede.

Jovens aproveitando para a facilidade da promiscuidade. Máscaras de perfis em busca de um objetivo ou objeto específico. Falsas ideologias, Compartilhamentos sem leituras. Cópias sem reflexão. Crianças com acesso à informações inadequadas à sua faixa etária. E todo o resto que nós conhecemos por usá-la.

É um tema que precisa de atenção política.

São infinitas as possibilidades de debate sobre esse tema.

Muito legal seu texto.

5 de outubro de 2012 às 15:25

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