(Imagem retirada do Google Images)
Leio poema de Paulo Leminski, dos quais gosto muito (não, caro leitor, não há erro de concordância: gosto muito de todos, pessoa, autor e obra). Inspiro-me a escrever sobre. Leiamos o poema do Paulo:
Razão de serEscrevo. E pronto.Escrevo porque precisopreciso porque estou tonto.Ninguém tem nada com isso.Escrevo porque amanhece.E as estrelas lá no céuLembram letras no papel,Quando o poema me anoitece.A aranha tece teias.O peixe beija e morde o que vê.Eu escrevo apenas.Tem que ter por quê?(Paulo Leminski)
Não tenho feito isso ultimamente... Não escrevo há muito... Não é falta de tempo. Não é falta de inspiração. Não é falta. Tem de ter por quê?
Não é a falta que me faz escrever, nem a plenitude em mim. O que me impulsiona não sei. Palavras são arbitrárias e arbitram meu escravo arbítrio. Quanto a elas, palavras me faltam, as palavras não me faltam. Ordenam-me, comandam o que digo e o que não falo, quando me calo.
Levam-me ao estupor e ao torpor estúpido da consciência inconsciente e inconsequente da criação. Recrio o escritor no frio da cama, da chama estética, enquanto a poética veia pulsa, soluça no pensamento que flui como um rio. Rio de mim mesmo e não consigo conter a lágrima atrevida que se impõe na minha vida como marca indelével de minha sensibilidade, a verdade que me mantém no curso, na rota de uma rota folha de papel onde li Leminski.
Tem que ter por quê?
The EDN - sou industriário, trabalho há 27 anos na Cedro (indústria têxtil centenária de Caetanópolis, MG) e atuo como professor há 24 anos em escolas particulares e públicas |
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