Charge no Paint Brush: O Fiasco de Copenhague

 

Recebi o convite para desenhar charges no periódico “Mais Notícias”. Um projeto jornalístico inovador para a região central de Minas.

 

Assim, ao invés de desenhar à nanquim ou à aquarela e depois escanear, resolvi fazer o desenho direto no Paint Brush (!), um programinha limitado de desenhos bidimensionais da Microsoft. Desta forma, ao economizar papel e lápis, são menos árvores cortadas... (risos).

 

O tema da charge é a frustrante Conferência Climática das Nações Unidas, cuja pauta teve como tema “a diminuição de emissão de gases do efeito estufa”, ocorrida em Copenhague, na Dinamarca.

 

Quando candidato à presidência dos EUA – o país mais invicioneiro e o segundo mais poluidor do planeta, Barack Obama conclamou os americanos, de forma messiânica, a acreditar que ele representava a redenção de sua nação e do mundo, desgastados por oito anos de um governo republicano, malévolo e desmoralizado.

 

Com o seu lutherkinguiano bordão eleitoral “Yes, we can”, reacendeu-se a chama da esperança americana e mundial.

 

Contudo, quando instado a negociar cortes nas estratosféricas emissões de gases causadores do efeito estufa pelo seu país, e com isso “salvar o planeta”, o Nobel da Paz 2009 se mostrou vexatoriamente impotente durante a conferência climática. Visivelmente muito mais preocupado com a crise do sistema de saúde de seu país.

 

A charge, de forma bem irônica e paradoxal, constata que nem todos lamentam o fracasso diplomático de Copenhague. E com certeza, os invicioneiros donos de indústrias poluidoras, ao redor do mundo, devem estar pulando de alegria e usando o mesmo lema de campanha de Obama: “Yes, we can... pollute this planet!”

 

Ah! E um feliz Natal para todos!