Infelizmente não é novidade na internet o termo plágio, que segundo definição do Houaiss é apresentação feita por alguém, como de sua própria autoria, de trabalho, obra intelectual etc., produzido por outrem.
Sabemos que a internet é um universo enorme onde transitam os mais diversos tipos de pessoas e como não poderia ser diferente, pessoas com boas e más índoles.
Segundo a Wikipédia a origem etimológica da palavra plágio, demonstra a conotação de má intenção no acto (sic) de plagiar; o termo tem origem do latim plagiu que significa oblíquo, indirecto (sic), astucioso [1]. O plágio é considerado antiético (ou mesmo imoral) em várias culturas, e é qualificado como crime de violação de direito autoral em vários países.
No Brasil o plágio é considerado crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal. É fato que algumas leis no Brasil são de difícil aplicabilidade, nem tanto pelo rigor ou inexistência, mas muitas vezes isso é fruto da morosidade já tradicional da justiça brasileira.
“Sabemos que por mais que as leis protejam os direitos dos autores, não existe regulamentação que garanta sua aplicação. Dificilmente alguém será processado por plágio na internet, principalmente porque é extremamente difícil alguém provar propriedade por um conteúdo jogado online. E por mais que se consiga provar, o Brasil ainda precisa de muita discussão sobre direito digital para aprofundar o tema.” [Pablo de Assis]
Provavelmente muitos que se viram lesados pela prática do plágio, se abstiveram de tomar as providências cabíveis, justamente por pensarem nessa lentidão, mas toda vez que um plágio não é denunciado ou não é combatido, ele toma fôlego e cada vez mais será encarado de forma natural.
“ Se alguma pessoa lucra direta ou indiretamente com algum conteúdo distribuído pela internet, diz-se que ela está explorando comercialmente essa obra. Acontece que somente o autor ou quem ele autorizar pode lucrar com a obra. Lucrar com venda não autorizada de qualquer conteúdo, seja ele um livro, música ou filme, é considerado pirataria, ou seja é crime.” [Pablo de Assis]
É público e notório que a internet é uma fonte inesgotável de inspiração, diversos autores, entre eles esse escriba, se utilizam das informações produzidas na web, para dar sustentação aos artigos. Uma coisa é você utilizar partes de textos* em forma de citação, outra completamente diferente, é você copiar o conteúdo de um artigo e publicá-lo como se fosse seu.
E por que a internet anda tão abarrotada de histórias de plágios, uma prática cada vez mais comum? A resposta é simples: é muito mais fácil copiar e colar um conteúdo já pronto e com histórico de sucesso, do que criar um conteúdo próprio, blogueiros parasitas adoram essa prática.
O sujeito que se habilita a essa prática escusa, muitas vezes não tem noção do trabalho que o autor tem para produzir um conteúdo de qualidade, não tem porque ele não possui escrúpulos e pra ele o uso do control C e do control V é uma prática normal.
“O plágio é o mal do século na internet, agora alguns acharem isso normal é o fim dos tempos. Legislação somente não basta, acho que a nova inquisição é a solução...” [adaptação da frase de Guilherme Serrano]
O plágio é como praga ou erva daninha, que se alastra a um velocidade impressionante, assim como a pirataria da indústria fonográfica tomou conta do Brasil, não será novidade se o plágio na blogosfera cair nas raias da normalidade e se agigantar de forma a tornar impossível o seu combate.
E o que fazer para combater tamanha ofensa, que faz com que a vítima se sinta tão lesada e acabe tomando medidas drásticas como essa da Juliana do Dicas Blogger? Não sou nenhum expert no assunto, tampouco me formei em direito, mas acho que na própria web encontramos orientações interessantes que podem auxiliar nessa tarefa:
Blosque: Plágio e Direitos Autorais na Internet – Prevenção e Combate – Guia Completa
Baixaki: Direitos autorais na internet e o comportamento da nova geração
Gerenciando Blog: Plágio: o que Fazer Contra essa Praga
Ferramentas Blog: Sobre Plágio e Blogueiros Parasitas
*Perceberam que usei partes de textos de alguns autores aqui? Todos com citação e link para o post original.
Sobre o Autor:
![]() | José Márcio - Editor Chefe dos Invicioneiros, leitor voraz e aprendiz de escritor.Tem opinião e assume os riscos Saudosista dos anos 80. E palpiteiro inveterado. Me Circule no Google+. |
17 comentários :
Olá, José!
13 de janeiro de 2010 às 09:07Grande texto sobre plágio. Esse assunto rende muito. E parabéns por fazer as citações e menções. Isso é boa utilização da produção alheia, pois dá o crédito.
A legislação realmente não colabora para a punição. É mais ou menos como punir alguém por falta de ética. Os limites não foram estabelecidos e encontrar o culpado pode dar muito trabalho (não no caso da Juliana, onde há dezenas de testemunhas).
Sabia que na UFSC um doutor perdeu o título por ter plagiado sua tese?
Abraço
Post cheio de informações importantes, detalhadas e referenciais para nós, blogueiros. Poço de cultura! Amo-te!
13 de janeiro de 2010 às 09:29Realmente, plagio é anti-ético e imoral, uma sacanagem (no popular) que incomoda e nos deixa indignados. Deve haver um jeito da gente fazer valer o direito autoral.... Enquanto isso não acontece, parabéns por "botar a boca no trombone".
13 de janeiro de 2010 às 09:47beijooooooooooo
Chris, obrigado pelos elogios, realmente a legislação existe mas ainda falta muito para presenciarmos punições exemplares. Sobre o caso UFSC é um caso raro de se ver.
13 de janeiro de 2010 às 10:59Jô Angel, Nossa! "Poço de cultura" foi um elogio para massagear o ego, obrigado!
MamaNunes, é verdade, soa quase como um um assédio moral, ainda não tive esse desprazer, mas pelos relatos que leio deve ser uma coisa que nos causa náuseas. Protestar é o que nos resta.
Rapaz, numa recente conversa sobre o assunto, a pessoa com quem eu falava disse que num mercado saturado de empresas que vendem o mesmo produto, infelizmente, veremos cópias. Quantos de nós já não compramos uma determinada bateria de segunda linha de uma marca menos conhecida apenas por causa do preço. Quem não faz uso de um determinado cd de uma marca pouco conhecida, vendido naqueles becos escuros onde explode a violência? Quem nunca ouviu uma música no mp3 sem que tivesse comprado o cd? Não estaríamos fazendo uso de algo plagiado? Isso sem contar que a qualidade do produto plagiado é, na maioria das vezes, inferior ao original. Eu mesmo estou escrevendo este comentário usando o meu notebook que usa um windows licenciado por meios nada lícitos. Depois de todo episódio envolvendo a Juliana, pensei que "não posso" reclamar se alguém copiar algo meu, pois é apenas a continuidade de algo que já começou errado.
13 de janeiro de 2010 às 11:17Indo um pouco mais longe, mesmo nossos discursos são repetiçõees intermináveis de conceitos dos quais nos apropriamos sem nenhum pudor. Claro que devemos protestar. Claro que devemos bradar aos quatro ventos que plágio é crime previsto nas leis. Devemos também passar a usar softwares livres pelos quais não pagaríamos o absurdo que vemos por aí. Veja, quando falo absurdo, não quero menosprezar o trabalho dos que desenvolveram, pois se assim fizesse, estaria repetindo o discurso de quem plagia.
P.s.: ontem um amigo disse que um plagiador saiu com essa pra cima dele ao ser indagado do porquê ele copiou um post: "eu apenas rebloguei como aqui no twitter a gente dá RT". Durma com um barulho desses.
Bauru, como sempre um comentário complementador. Segundo consta piratear para uso próprio não é crime, somente torna-se crime se você obtiver algum lucro desse procedimento. Sei lá se isso é verdade, já li isso em algum lugar...Aguardo pronunciamento de alguém mais entendido.
13 de janeiro de 2010 às 13:13Sobre a frase "eu apenas rebloguei como aqui no twitter a gente dá RT", seria cômica se não fosse trágica. (rsrsrs)
José Marcio esse é um, apenas um, dos problemas que afligem nosso Brasil. E Quantos outros nos atormentam, e sou sincero com você, nós brasileiros temos aprendido a viver com todas essas falcatruas que nos perseguem. E isso é terrível, não fazemos panelaços, não só pelos plagios. Mas poderíamos bater panelas, fogões e cozinhas inteiras, pelas meias, pelas cuecas, pelos salários exorbitantes do senado, pelas milhares de residências alugadas para quem já goza de mansões, pelas passagens de aviões. Acho que nossa maior virtude hoje (sermos adaptáveis) também é nosso maior defeito. Luto todos os dias para ser uma pessoa melhor, como já disse antes, mas a nossa luta tem sido travada em muitos momentos de olhos fechados, porque se aprofundarmos em tudo que acontece, ficaremos doentes, desmotivados, acabados, nos sentindo sem saída. O plágio, as meias, as cuecas, a segurança, a saúde. Tantas coisas, tantas dores, tantos dissabores. E nós aqui nos equilibrando, jogando a cintura, rebolando, pagando nosso imposto (duplamente em muitos momentos). Seres totalmente adaptáveis, ai essa adaptação vai acabar conosco. De coração: Não acredito que isso mude tão cedo! Torço para estar errado e você um dia me telefonar dizendo que tudo mudou, que agora tudo será diferente. Eu torço também, junto com você. Que Deus nos abençoe grandemente e que sejamos cada vez menos adaptáveis e que aprendamos a tirar pelo menos os pires da cozinha.(mesmo que o barulho deles seja pequeno) Já será um grande avanço!
13 de janeiro de 2010 às 14:50Robson Dutra, infelizmente nós brasileiros aprendemos a encarar com naturalidade esses absurdos citados por você. Na verdade os caras pintadas foi um fato isolado ocorrido muito mais pelo poder da mídia (vênus platinada), do que propriamente pela vontade do povo.
13 de janeiro de 2010 às 15:02Infelizmente é uma realidade difícil de ser mudada, como você bem disse.
O Bauru está certo em seu ponto de vista, nós mesmos, ao escrevermos um textos fantástico, de um Windows Pirata, estamos errados.
13 de janeiro de 2010 às 15:07Mas ai entramos em outra questão, PREÇOS, que na maioria das vezes, principalmente no Brasil, são abusivos, e isso s edeve ao fato de que existem os produtos piratas, é como se fosse uma linha sem fim, pra um melhorar, o outro precisa deixar de existir, mas um não deixará de existir, enquanto o outro não melhorar, tem solução...
O Começa errado, dificilmente termina bem, e inocentes, que cumprem as leis, não compram coisas piratas (devem existir umas 3 pessoas assim no mundo) acabam pagando o preço! =S
Tá, fugi um pouco do assunto, ou não, afinal pirataria é plagio, mas isso mostra que não é só na Internet que as leis não funcionam.
Ignorem os erros de português, letras juntas, letras extras, a ausência de palavras, e o texto sem sentido, tive 5 minutos apenas para escrever! =S
13 de janeiro de 2010 às 15:11Anderson, como eu disse, o comentário do Bauru foi super pertinente, um ponto de vista interessante sobre o que ocorre no nosso dia-a-dia. O que vc citou também é uma realidade, quem nunca usou um programa pirata que atire a primeira pedra.
13 de janeiro de 2010 às 15:17Sobre os erros, consideremos que o teclado funfou na hora de digitar, rsrsrs.
Caro amigo Zé Márcio, o plágio é uma plaga, digo, praga, mesmo! Não creio que deveríamos confundir com a pirataria, pois existem diferenças que, inclusive, já foram comentadas pelos demais. Nessa era virtual, infelizmente, a coisa só deve piorar...
13 de janeiro de 2010 às 16:06O que dizer de empresas como Rapidshare.com, 4shared.com, megaupload.com entre outras que são gigantes. Elas guardam e distribuem gratuitamente quase na sua totalidade material protegido por direitos autorais como Músicas e filmes, ganham dinheiro vendendo assinaturas e com publicidade já que tem altos índices de acesso em suas páginas.
14 de janeiro de 2010 às 11:24Por este fato, existe tantos sites que distribuem estes materiais sem, contudo, hospedar nada, apenas indexando os links, o que segundo os próprios donos, não caracteriza pirataria (Não vendem nem hospedam nada). Outro fato interessante é que muitos destes sites estão hospedados gratuitamente no Blogger.com que é de propriedade do Google. (Gigante)
O Brasil também sedia algumas dessas empresas como ShareX.com.br, Mandamais.com.br, Mandeibem.com.br por exemplo.
No caso da música os artistas na sua maioria entendem que este é um bom serviço e não são contra a distribuição gratuita, afinal ganham entre 1 e 2 reais por cd vendido e uma propaganda na mídia como redes de tv custam absurdamente caro. Os sites de distribuição de mp3 grátis são mídias poderosas de alta penetração, assim como os programas de troca de arquivos (P2P). Isso torna suas músicas conhecidos instantaneamente e sem custo, então, faturam alto com shows sempre lotados que é o que realmente traz retorno financeiro. As gravadoras obsoletas insistem em vender cds com 15, 20 músicas e não evoluiram, não modernizaram, vão fazer o quê? Processar as fábricas de gravadores de cd e dvd? As fábricas de mp3, mp4 players? Fechar a internet talvez?
Se discordam do meu ponto de vista sobre este assunto que atire a primeira pedra Quem nunca baixou música pela internet.
The EDN, é verdade, existe uma diferença substancial entre Pirataria e Plágio
15 de janeiro de 2010 às 11:42Orgasov, é como eu disse a pirataria fonográfica cresceu tanto que hoje é impossível combatê-la. Bem lembrado, o preço exorbitante também estimula o crescimento dessa prática.
Realmente o plágio é uma grande merd*. Acredito que "tudo começou" com quem teve a brilhante e idiota ideia de soltar a frase: Nada se cria, tudo se copia. Já pensou se ninguém criasse nada novo? COmo estaríamos em pleno século 21? Fazendo fogo com gravetos e usando peles de animais como vestimentas?
16 de janeiro de 2010 às 10:49Por que ao invés desta máxima, não usam a de Lavoisier ao estudar a Conservação da massa: Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Isso pode ser amplamente utilizada, não só com matéria, afinal, toda ideia é apenas uma transformação melhorada de outra.
E você está certo Márcio. Plágio e pirataria são crimes diferentes, mas ambas são cabíveis de penalização. Só o simples fato de você possuir uma música baixada na internet já o faz criminoso, em proporções, claro, bem menores de quem rouba uma casa ou disponibiliza o conteúdo a ser baixado.
Não sei se o Rogério também compartilha da opinião que reblogou (pelo visto sim, afinal, ninguém dá RT no que não gosta), mas sou contra este tipo de pensamento. Não que eu seja moralista e não use produtos piratas, muito pelo contrário, mas se todo mundo pensar desta maneira, o mundo seria um caos. Se eu não vou deixar de fazer isso porque todo mundo faz, vou começar a matar também, oras. Sempre que posso, uso a alternativa de software livre sim. Em alguns casos não há alternativas tão boas como o pago, no meu caso mais drástico, edição de imagens, mas aí o buraco é mais embaixo e o caso desviaria o assunto central do post (não do que acabei de fazer :P).
Felipe Xavier, provavelmente a frase foi criada por um kibador, ou alguém alijado de criatividade.
18 de janeiro de 2010 às 15:39Quanto a questão do Rogério, penso que que ele não compartilha dessa idéia, eles apenas citou uma frase para exemplificar sua opinião.
Para auxiliar a verificação da autenticidade de textos em relação a internet, sugiro o uso da ferramenta DOCXWEB (www.docxweb.com). Vale a pena conferir.
2 de março de 2011 às 22:37Postar um comentário
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