Quando começo a escrever esse post, prezado leitor, percebo o sentimento de alguns grandes cronistas que, eventualmente, passam a odiar os seus leitores. Hoje tenho que publicar um post. Foi o compromisso que assumi junto aos meus colegas invicioneiros.
E como não posso fazer nada contra meu senso de responsabilidade, publico-o após uma curta viagem pela blogosfera, onde constato que esse universo é, principalmente, movido pela subjetividade.
Devo fazer jus às publicações de qualidade desse blog “Os Invicioneiros”, para o qual fui gentilmente convidado. Mas percebo que devo, sobretudo ser espontâneo. Um pouco de metalinguagem aqui, um pouco de subjetividade ali, uma pitada de realidade, mais uma colher de lirismo e, o tempero principal: autenticidade.
Não tenho muito o que divagar ou divergir. Vou devagar a dirigir o barco de minhas palavras por esse universo tão vasto, sem ser devasso. De trocadilho em trocadilho, troco a ilha onde estou por outra nessa viagem onde sou virgem ainda, neófito em busca do caminho certo (ainda que ele seja tão aberto).
Desvio-me do caminho dos meus colegas invicioneiros, mas acabo encontrando-os na encruzilhada onde fazemos o trabalho de criação da amizade que, sutilmente, nos mantém assim, digamos, cheios de invição por fazer deste blog um espaço de reflexão, de entretenimento, de cultura, de emoção, de discussão, de polêmica, etc., etc., etc…
Este blog é um verdadeiro blog, digo, um blog verdadeiro. E tenho dito!...
Para finalizar, falo sobre o tempo, mentor profano.
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“O curso inalienável do tempo”
nada que fizermos muda
o curso inalienável do tempo
nossa inteligência estuda
todas as leis universais,
inclusive as que não conheço
e as que não saberei jamais
penso então no que se foi
penso no que virá
mas não tenho tempo de pensar
naquilo que é
pois o presente é o que importa
e o que podemos mudar
o que fazer então?
tão simples e tão difícil
mas todos os tempos
podem ser presentes
se o amor puder agir
o amor — máquina do tempo —
faz todos os tempos agora
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“O Profano”
o mentor profano entra
no templo
no tempo
em que as portas se abrem
para os fiéis entrarem
o templo do tempo de outrora vivia
mais cheio
mais feio
(mas creio) de falsos mentores
profetas
poetas
do absurdo mundo
da loucura
da procura
por um tempo do coração
despertado pela fé no profano
profeta
poeta do absurdo mundo
da procura da cura
das dores que afligem
a alma dos infelizes
a calma dos infelizes
na caverna do dragão
sem o mestre dos magos
o profano entra no tempo
na hora exata de sair
ele sai do templo
da casa errada em que entrara
enquanto os fiéis apenas oram
enquanto eles
só lhe dão
solidão
e o profano poeta
sozinho soluça a mágoa que invade o peito
não tem jeito
o poeta pensa então
o que fazer com a dor em tão
peculiar situação
o poeta projeta sua imagem iconoclasta
para que o adorem
suas palavras o libertam e seu livro
livra-o então
de seu sofrimento…
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Sobre o Autor:| The EDN - sou industriário, trabalho há 27 anos na Cedro (indústria têxtil centenária de Caetanópolis, MG) e atuo como professor há 24 anos em escolas particulares e públicas |
5 comentários :
Quando convidamos você para fazer parte da equipe Invicioneira, sabíamos de antemão que seus textos, mesmo no improviso, seriam de qualidade inquestionável.
22 de abril de 2010 às 08:45É meu amigo, somos escravos dos leitores.
22 de abril de 2010 às 08:46A autenticidade, a subjetividade e a inspiração são os grilhões que furam nossas peles. Agora, apenas um teclado poderá nos libertar!
Hi, Te EDN...
22 de abril de 2010 às 10:22(Viu, dessa vez não neguei, mesmo que involuntariamente, sua autoria do post, como da última vez! rsrs)
Mas que eu gostaria de apossar-me de algumas de suas palavras, ah!, como gostaria!...
"todos os tempos
podem ser presentes
se o amor puder agir"
E é esse amor de vocês, Invicioneros, pelo Blog nominado, que o faz de tão gostosa leitura. Parabéns por mais esse belo post!
[]'s @inaciorolim
Obrigado, prezados amigos todos, pelos comentários. Sentimos, nesse universo da blogosfera, como se estivéssemos, parafraseando Marcel Proust, "À la recherche du temps perdu" (Em busca do tempo perdido). Mas creio que devemos entender que esse tempo é agora. O que podemos fazer deve ser agora. Não abnego o sonho, construtor do futuro, nem o passado, mestre perfeito. Mas o presente é quem devemos enfrentar e moldar.
22 de abril de 2010 às 14:21Prezado Inácio Rolim, seu comentário reflete o seu bom gosto e nosso blog precisa de leitores de qualidade como você. Tenho visitado o seu blog bem-humorado e me divertindo bastante.
Eu confesso que fico com invição...
22 de abril de 2010 às 14:33O The EDN escreve maravilhosamente bem!
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