Escrevo hoje, nesta manhã de novembro como se fosse um alvorecer de setembro. O sol brilha assim como e as cores do dia nascente assim me parecem. Esse dia representa para mim uma reafirmação. Leio um poema antigo de tom melancólico e vejo que esse tempo se foi. Compartilho-o:
“Manhã de setembro em novembro”
o crepúsculo matinal
de agosto
não mais existe
os dias não mais nascem
mortos
é chegado setembro
e as manhãs se regozijam
em esplendor
entretanto no fundo de mim
há um princípio e um fim
para a dor que fica
e as saudades que vêm
para o silêncio latente
e o orgulho pungente
há alguém
que sabe que embora seja setembro
há uma dor da qual me lembro
de uma manhã que não esqueço...
sim!... há um fim e um começo!...
(THE EDN, 04/01/1991)
Revejo o poema e gostaria de refazê-lo. Quanta coisa mudou em minha vida, exceto o lirismo que insiste em invadir-me eventualmente. Neste espaço invicioneiro, faço posts e publico emoções persistentes que margeiam o rio em que trafega minha vida. É chegada a época das águas e as torrentes conduzem-me depressa. Rapidamente concluo o post. Não há muito o que dizer. Mas posso refazer algo:
“Manhã de novembro em setembro”
o nascer do sol vespertino
de outubro
insiste em existir
os dias nascem cheios de vida
acesos a sorrir anunciando o novo mês que chega
é chegado novembro
e as tardes se anoitecem
em chuvas torrenciais e relâmpagos vorazes
portanto na superfície de mim
há um princípio e um fim
para o amor que se ratifica
e a paixão que se renova
para o grito latente
e o orgulho pungente
há alguém que eu amo profundamente
e que SONHA
enquanto rimo seu nome
que sabe que embora seja novembro
há um amor que nunca esqueço
de uma manhã que eu me lembro...
não!... nunca há um fim sem um começo!...
(THE EDN, 30/10/2010)
3 comentários :
Belos poemas em que a mãe natureza parece zombar do lirismo do poeta em quase duas décadas!
24 de novembro de 2010 às 13:31Aquele menino ainda tem medo de trovão?
Caro amigo, certamente, o medo do relâmpago ainda existe, transfigurado no respeito à natureza, manifestação magnífica do poder do Senhor.
24 de novembro de 2010 às 14:50Belos poemas, The EDN. Você já publicou algum livro?
27 de novembro de 2010 às 10:01Pelo que li, aqui e no Poetopias, a coletânea está excelente.
Abraços.
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