Para nós, migrantes digitais, está difícil acompanhar as inovações tecnológicas, lembro que no início da popularização do celular, as inovações eram implementadas num ritmo mais lento, nos dando a oportunidade de adaptar aos novos recursos, quem nem de longe eram algo assustador.
Aliás, diga-se de passagem, o celular era artigo de luxo, ostentado na presilha da calça como um troféu de ingresso ao mundo digital e demonstração explícita de que o sujeito era abastado “dinheiramente” falando, pelo menos era o que eles pensavam. É bem verdade que a ostentação do moderníssimo Motorola Microtac, necessitava de reforço na presilha da calça devido ao peso, mas nada que um bom alfaiate não resolvesse. A grande vantagem deste celular é que diante de algum apuro, ele podia facilmente se transformar numa arma se atirado contra a cabeça de alguém, era bem provável que causasse sérios danos cerebrais.
Em pouco tempo o celular deixou de se um telefone para se transformar num instrumento faz tudo, me admira muito ainda não terem incluído nessa modernidade toda, controles remotos de portão de garagem, de televisão e demais eletrodomésticos modernos.
Pouco tempo depois a demonstração de ostentação era portar 2, 3 e às vezes até 4 celulares, a gente olhava pro sujeito e falava, meu Deus! Esse sujeito é uma camarada atarefado, possui um celular diferente para cada compromisso. Verdade é que provavelmente apenas um da coleção é que de fato funcionava, os outros eram apenas penduricalhos inúteis.
Na esteira da modernidade dos multicelulares surge a aclamada pochete, pois não havia espaço suficiente na presilha da calça pra tanto aparelho e era necessário algo para acomodá-los. É bom que se diga que a pochete, provavelmente, é uma inovação tão ou mais moderna do que o próprio celular, pois através dela é possível saber o nível de retardamento mental do sujeito, quando maior, mais idiota.
O avanço tecnológico dos celulares foi tão célere que ficou impossível acompanhar e manter-se atualizado. Atualmente o celular tem de tudo, inclusive telefone. Aliás alguns transformaram o celular num Tamagotchi, é muito comum trombar com pessoas nas ruas tão concentradas no aparelho que se forem atingidas por algo, nunca saberão o que foi e de onde veio. Alguns ficam tão alienados que nunca estão presentes de fato onde se encontram, tão mais preocupados em atualizar seu perfil na rede social, do que prestar atenção naquilo que está acontecendo à sua volta.
Mesmo com o advento dos celulares de 2, 3 e até 4 chips, pesquisa recente mostra que no Brasil existem mais celulares do que habitantes, o que comprova que ainda hoje, alguns pensam que a quantidade de celular que ostentam, é que determinam sua importância e relevância.
O Brasil terminou 2010 com mais de 200 milhões de celulares. De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o país ganhou 28,98 milhões de novas habilitações no ano (crescimento de 17% em relação a 2009) e alcançou 202,94 milhões de assinantes de serviços de telefonia móvel. Quinze estados e o distrito Federal já possuem mais de um celular por habitante. Na média do país, há 104,68 celulares para cada 100 habitantes. A região de Salvador é a tem a maior densidade: 155,51 acessos a cada grupo de 100 pessoas. (Revista Época]
Mas, como eu disse, as inovações tecnológicas não param, e o celular hoje já não possui o mesmo encanto de tempos atrás, a vibe do momento são os chamados tablets, que segundo a Wikipédia é um dispositivo pessoal em formato de prancheta que pode ser usado para acesso à Internet, organização pessoal, visualização de fotos, vídeos, leitura de livros, jornais e revistas e para entretenimento com jogos 3D. Apresenta uma tela touchscreen que é o dispositivo de entrada principal. A ponta dos dedos ou uma caneta aciona suas funcionalidades. É um novo conceito: não deve ser igualado a um computador completo ou um smartphone, embora possua diversas funcionalidades dos dois.
Atualmente não se vê, com a mesma intensidade de tempos atrás, a busca frenética por um celular de última geração, isso passou a ser secundário para os mais descolados, a meta agora é ter um tablet. É inadmissível para um geek não possuir um tablet, afinal, o tablet é o ápice da inovação tecnológica atual. Sendo o objeto mais desejado o famoso iPad, a moderníssima criação do saudoso Steve Jobs, que sentenciou: “A tecnologia sozinha não é o bastante, É a tecnologia casada com as artes, as ciências humanas que nos dá o resultado que alegra nossos corações. E em nenhuma área isso é mais verdade que na dos dispositivos Pós-PC.”
Em outras palavras os tablets são o sonho de consumo da computação pessoal que virou realidade. Eu diria até computação intima, pois até a para a cama você leva o tablet.
Os tablets abriram uma nova categoria no mercado, muitas áreas estão se reinventando e se adaptado ao desejo de mobilidade das pessoas.[tablet.com.br]
É isso meus caros, atualmente o ápice da tecnologia tem nome e formato: tablet. Carregar esse famoso aparelho a tiracolo é sonho de consumo de todo geek. É moderno, é chique, aliás, não sei como conseguimos viver até hoje sem esse aparelho. É muito provável que o tablet seja o presente mais desejado e mais ofertado nesse natal. A expectativa é de que cerca de 450 mil tablets serão comercializados no Brasil, segundo previsão da IDC (International Data Corporation), o que é quase 450% a mais que a quantidade do ano passado (cerca de 110 mil).
Como vimos, o tablet é uma companhia interessante, muitos levam até pra cama, não estranharei se em breve aparecer alguém com um tablet na presilha da calça.
Em tempo: eu não tenho tablet e estou aceitando doações.
Sobre o Autor:
![]() | José Márcio - Editor Chefe dos Invicioneiros, leitor voraz e aprendiz de escritor.Tem opinião e assume os riscos Saudosista dos anos 80. E palpiteiro inveterado. Me Siga no Twitter [@jmpsousa]. |
4 comentários :
Eu unica coisa que eu desejo ardentemente é um celular-relógio igual aos usados no Jonny Quest, Agente secretos anos dos 70 e derivados.
1 de dezembro de 2011 às 12:33http://www.youtube.com/watch?v=05NIgyS8j8M
A 6:53 o celular com vídeo conferencia, e a 7:40 o Dr. Benton Quest "fala" no microfone para o computador e ele ejeta a resposta
Antigamente era garrucha, facão e canivete na cintura.
1 de dezembro de 2011 às 14:25Depois, vieram o "pager", pochete e celular.
"Tablet" eu acho difícil, pelo tamanho... KkKkK!
#Zé da fiel, sonhar não custa nada, ou quase nada...
5 de dezembro de 2011 às 13:39#Harley Coqueiro, é verdade, os tempos mudaram.
#Junior Gonçalves, estou à disposição para receber a caridade
Boa JM. Lembrei de um caso onde um ex-cunhado ganhou de seu irmão um aparelho vindo do Japão, com uma "fantástica tela colorida" um avanço e tanto para a época. O celular não era compatível com nenhuma operadora, mas o manolo ia para todos seus destinos com seu magnífico aparelho, não deixando de a todo instante verificar... a tela acesa?!?!?! Isso acontecia principalmente no cinema, pois na escuridão pré-filme, seu "show-tech" era maior. Enfim, um cara totalmente, poser.
19 de dezembro de 2011 às 15:55Pessoalmente, sou fã da tecnologia e seus gadgets, mas é curioso como eu acabo tendo acesso a essas belezuras. Na maioria das vezes, faço trocas com meus amigos e também entusiastas da tecnologia. Por exemplo: Hoje tenho um iPad, fruto da troca de duas lentes e um flash da Canon para cameras digitais, detalhe, esses também foram itens provenientes de trocas e, assim, segue a evolução tecnológica deste que vos escreve, através do arcaico, escambo.
Saudações
@CleberAB
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