Sinto-me um pouco melancólico. Tanta coisa aconteceu desde o meu último post, no dia o de março, tanta coisa aconteceu... De tsunamis a Realengo, deixo todas as tragédias de lado, para falar das coisas boas. Uma nova vida, por exemplo, é para mim algo sensacional. Meus compadres Geraldo e Simone estão vibrando com o caçula. Um filho é sempre algo surpreendente para qualquer pessoa. E pais maravilhosos como eles dois, foram mais uma vez agraciados pelo Senhor.
Posso falar também da minha vida profissional, tão repleta de desafios, que restringem meu tempo ao mínimo, mas que me proporcionam oportunidades espetaculares de crescimento, as quais abraçarei com toda a garra e empenho que sempre nortearam meu horizonte profissional.
Mas, mesmo querendo falar apenas de coisas boas, é inevitável uma certa melancolia neste ocaso de domingo. O que eu quero esquecer hoje não me esquece. Martela minha cabeça e meu olhar interno o sofrimento das pessoas. Lembro-me do Santo Evangelho de hoje, Domingo de Ramos, quando representei Pilatos... Agora não posso simplesmente lavar as mãos. Preciso falar algo a respeito do sofrimento. Vou fazê-lo brevemente, em forma de versos...
Esquecimento
Fadado ao esquecimento
tento com todas as minhas forças
deixar o sofrimento
mas não é fácil simplesmente ignorar
terremotos dentro de mim
trazem tsunamis aos olhos
e resta-me a melancólica constatação
de que não sou imune à dor do outro
fadado ao esquecimento
deixo o sofrimento para trás
mas ele está à minha frente
no olhar estupefato e sofrido
que reza pelas vítimas na escola
que reza pelas vítimas no Anel
que reza
não sou imune à dor do outro
a dor que parece intangível
toca-me profundamente
e não sei simplesmente ignorar
ondas gigantes nos olhos das pessoas
e o terremoto que sacode meu coração
as crianças de hoje não acreditam em monstros
mas eles existem e se justificam
dizendo-se ignorados pelos outros
maltratados pelos outros
e por isso se vingam covardemente
quero agora não pensar no que passou
mas não posso por enquanto
substituo meu verso pela imagem
pela oração
pela música
para ver se lembro
como fazer
para esquecer
| The EDN - sou industriário, trabalho há 27 anos na Cedro (indústria têxtil centenária de Caetanópolis, MG) e atuo como professor há 24 anos em escolas particulares e públicas |
2 comentários :
O bom filho à casa torna... E em grande estilo!
17 de abril de 2011 às 22:54Ah! Parabéns aos seus compadres!
Grande Coqueiro, a coisa realmente é complicada. Mas tentarei manter uma regularidade de posts.
18 de abril de 2011 às 09:20Postar um comentário
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